• Indústria
  • 29 de março de 2022

Os benefícios das políticas de Compliance para a indústria

Entenda como as ações de Compliance vêm se tornando um diferencial e ajudando a garantir vantagens competitivas às empresas do segmento industrial.

Diante de crescentes denúncias em torno dos esquemas de corrupção, empresas de todos os portes vêm se valendo de um instrumento ético para manter a integridade no mercado e se proteger de ilicitudes e ilegalidades. Falamos da aplicação de Compliance, que ganha cada vez mais espaço no cenário corporativo.

O termo vem do inglês “to comply”, que significa estar em conformidade. A empresa que adota essa postura possui um mapeamento das legislações que precisam ser cumpridas e cria normas para evitar que os problemas aconteçam.  Mais do que isso: o Compliance é a ferramenta que busca garantir relações mais éticas e transparentes, nos ambientes externo e interno.

É um investimento com excelentes benefícios à indústria, como você vai conferir neste artigo.


Entendendo a política de Compliance

O Compliance não é um instrumento novo. Mas, no Brasil, o tema ganhou notoriedade a partir de 2013, com a promulgação da Lei Anticorrupção (Lei n° 12.846/2013). Essa legislação não apenas passou a prever uma responsabilização para as empresas que praticam atos lesivos contra o patrimônio público, como também trouxe vantagens àquelas que instituem medidas para evitar a prática desse tipo de crime.

Adotar um programa de Compliance na empresa significa investir em boas práticas que irão refletir perante todo o mercado, como por exemplo:

  • Consolidar uma cultura de ética e transparência na empresa;
  • Mostrar-se aberta ao diálogo e às necessidades dos colaboradores, clientes e fornecedores;
  • Ter métricas e indicadores de desempenho bem definidos para guiar o trabalho, identificar erros, repensar estratégias e mitigar riscos;
  • Apostar em medidas que permitam acompanhar de perto os riscos oriundos de novas relações, demandas, clientes e parcerias;
  • Ser transparente com as condutas, processos e resultados.

Os resultados são visíveis

Desta forma, é possível afirmar que o Compliance oferece vantagens significativas às organizações. Aqui vamos citar quatro que estão entre as principais:

Melhora a reputação e os resultados

Adotar uma política de Compliance traz muitas transformações para a organização. Afinal, trabalhar pela ética e pela transparência ajuda não só a manter a integridade da empresa preservada, como também reflete em melhores resultados e no fortalecimento da reputação e da credibilidade perante o mercado.

Evita problemas jurídicos

A busca pela conformidade às determinações legais também ajuda a reduzir a exposição a condenações, penalidades e outros tipos de sanções. Multas pesadas, limite de participação em processos licitatórios e pagamento de indenizações, por exemplo, podem acabar comprometendo o negócio de forma permanente.

Agrega vantagem competitiva

Trabalhar com medidas que buscam combater a corrupção, os desvios e as condutas ilícitas ajuda a criar uma cultura organizacional sólida e comprometida com a ética, a transparência e a legislação. É um caminho que, além de estimular a boa conduta interna, melhora a imagem corporativa perante os públicos de relacionamento. E um negócio preocupado com boas conexões e vínculos demonstra propósito e ganha vantagem competitiva.

Aumenta a credibilidade

Uma política de Compliance também traz, naturalmente, um caráter de credibilidade à empresa. Ela passa a ser vista como responsável e atenta aos princípios éticos de mercado, além de cumpridora de deveres e de normas de segurança. Isso reflete na redução de erros humanos, no controle de processos e até na qualidade dos produtos e serviços que ela comercializa.

O que leva uma empresa a investir em Compliance?

Por todo esse conjunto de fatores positivos, as ações de Compliance vão além de atender à mera prerrogativa legal. A prática vem se tornando uma exigência do próprio mercado e uma postura para quem busca inovação e quer desenvolver uma cultura disruptiva.

Cada vez mais, empresas e órgãos públicos vêm exigindo apurado rigor ético e transparente dos stakeholders com os quais mantêm algum tipo de relação. Para isso, colocam em prática métodos de due diligence, em atendimento aos requisitos éticos e, assim, criam uma relação de ganha-ganha. A diligência com prévio diagnóstico evita o envolvimento, mesmo que descabido, com atividades e condutas ilícitas de terceiros, garantindo preservação da integridade.

Os procedimentos específicos para a indústria

Quando se trata das singularidades do universo industrial, a adoção de uma política de Compliance depende da iniciativa voluntária da própria empresa. É ela quem define quando e como adotar ferramentas de controle que sejam capazes de identificar e remediar eventuais ações danosas. Também é a organização que determina como isso deve ser feito. Nesse sentido, é crucial seguir e observar alguns passos:

1. Análise de riscos

É importante que a empresa conheça os riscos aos quais pode estar exposta. Isso vai desde o descumprimento da legislação básica (como a trabalhista e a fiscal, por exemplo) e das diretrizes regulamentares cabíveis ao negócio, até eventuais desvios de conduta de colaboradores e fraudes nas relações com o mercado e o poder público. Esse levantamento é a base para definir regras e estratégias que podem ajudar a mitigar eventuais desvios de conduta de forma condizente com a realidade do negócio.

2. Código de ética e conduta

Um programa de Compliance deve, quase que obrigatoriamente, contar com um código de ética que esteja alinhado com o perfil e a realidade da empresa. O documento guia os colaboradores a partir dos princípios éticos e formais de conduta estabelecidos, assegurando padronização do comportamento e das respostas diante de situações específicas.

3. Canal de comunicação e denúncias

Outra estratégia interessante é a disponibilização de um canal de comunicação e denúncias, tanto para a equipe interna, quanto para o público externo à empresa. Esse espaço – que deve ser anônimo – é o que garante a chegada de feedback e a revelação de condutas inadequadas e antiéticas. Todas as reclamações que chegarem devem ser avaliadas e resolvidas.

4. Auditoria interna

A auditoria é uma espécie de monitoramento do programa de Compliance da empresa. Ela deve ser realizada com regularidade, para verificar se as regras e valores da empresa estão, de fato, sendo respeitados e aplicados pelos colaboradores.

Como é possível perceber, a implementação de Compliance na indústria é fundamental para garantir o cumprimento de todas as leis e diretrizes cabíveis ao negócio. Esse é um trabalho contínuo que traz resultados a longo prazo, reduzindo significativamente os custos internos e, também, evitando outros tipos de perdas, principalmente financeiras e de imagem.

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