Em meio a inúmeros processos tecnológicos e automatizados, a comunicação deixa de ser vertical para assumir um caráter horizontalizado

A Indústria 4.0 traz consigo uma revolução de hábitos sociais e econômicos com impacto empresarial. Inteligência artificial, automação, Internet das Coisas (IoT) e as chamadas “fábricas do futuro” exigem também uma mudança na forma de se comunicar.

A comunicação tem papel fundamental nessa evolução, tanto que é também chamada de quarta força industrial. Os motivos são amplos, mas o principal é que as fábricas inteligentes utilizam robôs e interfaces de alta performance para automatizar seus processos com base em dados que precisam ser ampla e corretamente comunicados, com linguagem adequada à diversidade dos colaboradores.

Além dos sistemas integrados que permitem que as máquinas “conversem” entre si, outra comunicação é tão importante quanto essa: a humana. A comunicação interna deixa de ser verticalizada para assumir um caráter horizontal e vamos entender melhor o porquê.

Indústria 4.0 como base para a informação

Inteligência artificial, IoT, Cloud Computing e tantas outras tecnologias envolvidas na Indústria 4.0 fazem com que a tomada de decisões e os processos produtivos sejam mais eficientes e assertivos.

Administrar tanta informação não é tarefa simples. O Big Data Analytics assume, portanto, as funções de capturar e analisar esses dados para transformá-los em comunicação por meio dos 6Cs:

1. Conexão a uma rede industrial com sensores e controlador lógico programável.
2. Cyber físico relacionado ao modelo e à memória, presentes na IoT.
3. Cloud Computing com serviços de nuvem e pacotes de dados por demanda.
4. Compartilhamento das informações com a comunidade empresarial.
5. Conteúdo.
6. Customização.

Agora vamos compreender a junção desses processos com a comunicação interna das empresas.

Características da comunicação interna na Indústria 4.0

Graças às tecnologias para automação citadas, as decisões historicamente verticalizadas, em que as orientações vinham de cima e os de baixo apenas seguiam, passam a ser horizontais.

Se antes eram ordens, mudanças de rotina, entre outras, agora as decisões são mais transversais, permitindo que os analistas comuniquem informações relevantes para os gestores em qualquer tempo, sem necessidade de hierarquização. Assim, a comunicação interna passa a seguir três fatores principais:

Utilização de dados

A comunicação interna agora lida com crescente análise de dados e o uso dessas informações para automatização, gerando mais dados. Os analistas e gestores passam, portanto, a ter um papel de curadoria de informação, repassando de forma correta, clara e objetiva esse universo de dados que envolvem todos os processos de uma indústria.

Os profissionais são responsáveis por priorizar as informações mais relevantes e, também, por ensinar ao restante da equipe quando essas forem estratégicas para a empresa, reduzindo gargalos, auxiliando na interpretação dos dados e melhorando a comunicação de forma geral.

Mensuração

Na direção da curadoria de informação, o setor de Comunicação Interna de uma empresa precisa estar alinhado às características da Indústria 4.0 para garantir a eficiência da transmissão de informações.

É preciso compreender que nem todos estão no mesmo nível de conhecimento amplo e específico acerca de uma atividade, mas todos precisam entender as mensagens. Clareza e objetividade são fundamentais, portanto, dentro do processo de curadoria e “tradução” de certas informações.

Isso faz com que a qualidade da comunicação humana e das máquinas seja igualmente necessária, sempre levando em conta a diversidade, a complexidade e a pluralidade dos colaboradores.

A mensuração dessa comunicação é o que vai permitir saber se esse fluxo está sendo eficiente, se as mensagens estão sendo passadas de forma clara para todos, com linguagem adequada, e se as atividades relacionadas alcançaram os resultados traçados.

Humanização

Dentro da Indústria 4.0, logicamente as pessoas não podem ficar em segundo plano. Por mais que se fale em máquinas inteligentes, robôs e automação, são as pessoas que fazem essas tecnologias serem possíveis. Ainda que a inteligência artificial permita alguns processos sem a interferência humana, os profissionais continuam sendo essenciais no acompanhamento e na avaliação de todas as etapas.

Por isso, a comunicação interna também cumpre a função de unir as equipes e valorizá-las, proporcionando engajamento, sinergia e cooperação. É ela quem vai direcionar os relacionamentos e a transmissão de conhecimentos, porque não há tecnologia no mundo que tenha a capacidade de unir as pessoas em torno de um ideal — somente o fator humano.

Como a comunicação auxilia a Indústria 4.0

As empresas sabem que as mudanças provocadas pela Indústria 4.0 alteram o comportamento dos consumidores e, consequentemente, exigem mudanças nos processos industriais.

Um mundo conectado, aparentemente, pode significar menos necessidade de relacionamentos interpessoais. Mas a comunicação demonstra que a colaboração é o fio condutor que une tecnologia e pessoas por meio da partilha de conhecimentos e experiências, não restrita a números e algoritmos.

É a comunicação que fortalece segmentos importantes das empresas como os valores, a ética, a missão e a responsabilidade social. Para que todos os setores permaneçam em sintonia, é necessário ter uma comunicação estratégica bem estruturada, que envolva desde a operação até os recursos humanos e a alta gestão.

Todos devem entender o papel da revolução tecnológica, a importância do uso de softwares, aplicativos e demais recursos que otimizam o potencial industrial, mas sem esquecer da conexão entre as pessoas.

A comunicação estratégica faz com que não só os sistemas fiquem conectados, mas que as pessoas e os sistemas também trabalhem em sinergia.

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